terça-feira, 31 de julho de 2018

Tau & Kerana

Tau é um Espírito do mal que se apaixona pela princesa Guarani Kerana, filha de Mangaratu. Por sete dias ele, feito homem, a corteja - Angatupyry, Espírito do bem e contraparte de Tau, surge para salvar a garota. Ao longo de sete dias e sete noites de luta incessante, Angatupyry vence e Tau é exilado. De algum modo, ele escapa e sequestra Kerana, desaparecendo com ela. A lenda não trata dos sentimentos e ou desejos da princesa, de tal conta que não se sabe se era apaixonada por Tau, ou apenas sua vítima. No mais, ambos acabam amaldiçoados pela deusa Araci, e Kerana concebe sete filhos monstruosos, semi-deuses da cultura Guarani. Luison, o último de seus filhos, já apareceu por aqui - em breve os demais serão postados.


segunda-feira, 30 de julho de 2018

Cachorrinha d'Água

Nas margens do Rio São Francisco, quando se diz haver o incauto deambulador deparado com tal singular figura, o povo que o margeia sabe da sua sorte. Encontrar a Cachorrinha d'Água é sinal de boa sorte, de bons augúrios, de fortuna à vista, de vida longa e prosperidade.


quinta-feira, 26 de julho de 2018

Mulher de Branco

Ou Dama da Meia-noite. Mito universal que personifica a aparição de um espectro feminino, quase sempre nos ermos que circunvizinham os cemitérios. No Brasil, além de surgir junto as necrópoles, há a versão dos acostamentos das estradas, apavorando os caminhoneiros que rodam pelo país; pode ainda surgir vestida de noiva.



quarta-feira, 25 de julho de 2018

Rosaflor e Moura Torta

Em algumas versões Rosaflor é chamada apenas de donzela, e ao invés de sair de uma flor, sai do interior de uma melancia, ou outra fruta. É lenda cuja origem é a Espanha dos tempos do domínio muçulmano - resumidamente, Rosaflor é uma mulher nascida de uma flor que brota de uma laranja, que esteve de posse do filho caçula do rei espanhol. Nua, o príncipe a esconde na copa de uma árvore enquanto vai em busca de vestimentas. Surge a bruxa Moura Torta, que parece amigável a ponto de Rosaflor contar acerca do príncipe. Cobiçosa deste, espeta uma agulha encantada na cabeça de Rosaflor que se torna uma pomba branca. A Moura Torta se despe e sobe na árvore a espera do príncipe. Quando este volta não entende como Rosaflor deixou de ser uma bela jovem para se tornar uma velha horrível. A bruxa justifica a transformação por ação do deserto inclemente onde estão. Sensibilizado, o príncipe se casa com a Moura e retorna para a Espanha. Lá, a bruxa muito caprichosa faz da vida do monarca um inferno - ele se consola conversando com uma pomba branca que insiste em visitá-lo. A bruxa percebe que se trata de Rosaflor. Ela captura a ave e leva ao cozinheiro do palácio, que percebe a agulha na cabeça do animal e a retira antes de prepará-lo para o almoço. Rosaflor volta a sua forma original, conta todo o ocorrido ao príncipe que, então se vinga da Moura Torta, condenando-a a morte.



terça-feira, 24 de julho de 2018

Romãozinho

A mãe pediu a Romãozinho que levasse o almoço ao pai, no trabalho. No caminho, o garoto comeu tudo, deixando apenas os ossos do frango. Seu pai, diante do que lhe pareceu uma chacota da esposa pede explicações ao filho, que afirma que a mãe fizera aquilo junto do homem que a visitava, toda vez que o pai se ausentava de casa. Cego de raiva, o pai retorna ao lar e fere mortalmente a mãe. Antes de sucumbir, ela amaldiçoa o próprio filho a solidão eterna, nem os céus e nem o inferno o acolheriam, nem o solo de um cemitério o aceitaria. Assim, ficou Romãozinho imortal e cada vez pior, eternamente preso a condição de criança, perambulando pelo interior do país espalhando suas más-ações.



segunda-feira, 23 de julho de 2018

Mãe do Ouro

Provavelmente originada no auge do Ciclo do Ouro, no século XVIII, a Mãe do Ouro é uma aparição personificada na figura de uma linda mulher dourada e flutuante que indicaria aos mineiros as jazidas de ouro. Imagina-se que ela aponte jazidas menores, protegendo as maiores da ganância humana.



sexta-feira, 20 de julho de 2018

Homem dos Pés de Louça

Eis uma assombração que não vai longe, ao menos não caminhando. Espectro que assombra a Ilha Grande, Restinga de Marambaia e Mangaratiba, no Rio de Janeiro; descrito como um sujeito de aparência insuspeita que, todavia, surge e desaparece repentinamente, e tem os pés feitos de louça com um brilho característico. Recomenda-se não olhar diretamente, afastar-se o mais rápido possível e evocar a Deus.


quarta-feira, 18 de julho de 2018

João Galafuz

Duende marinho que surge em certas noites, prenunciando tempestades nos rios e praias de Pernambuco, chamando a atenção para si através de uma luminosidade bruxuleante que emite quando exposto a atmosfera.


quinta-feira, 12 de julho de 2018

Boto

No período das festas juninas, o boto se transforma em um rapaz belo e elegante, que seduz moças desacompanhadas, levando-as para o fundo do rio e, eventualmente, engravidando-as.


quinta-feira, 5 de julho de 2018

Arranca-Língua

Embora o Mapinguary já tenha sido confundido com o Pé-Grande norte-americano, o Arranca-Língua que habita as matas ao longo do Araguaia é mais afim a sua contraparte yankee. Nem totalmente homem, nem completamente gorila, essa criatura apresenta características de ambos. Sua dieta peculiar lhe dá nome, alimentando-se das línguas de animais e homens.



Cabra Cabriola

Oriundo do folclore português, o Cabra Cabriola cumpre o papel de Bicho-papão e Cuca, ou seja, uma criatura pra disciplinar as crianças. É representado como um caprino hominídeo que devora crianças - imagina-se que a peculiar capacidade onívora das cabras tenha originado o mito.



terça-feira, 3 de julho de 2018

Bicho-homem

Uma monstruosidade humanoide presente em diversas partes do Brasil, com variantes típicas. Descrito como um ser ciclópico dotado de apenas uma pata inferior, extremamente forte e grande, capaz de dragar rios ao saciar sua sede e devorar dezenas de homens de uma só vez. Vive no mais fundo das matas e florestas, evitando a humanidade sempre que possível.


segunda-feira, 2 de julho de 2018

Guajara

Oriundo do interior do Ceará, o Guajara é, por vezes, representado como um Espírito zombeteiro e brincalhão; todavia, surge costumeiramente como um duende nas noites de inverno, mantendo-se oculto, reproduzindo vozes de animais e toda sorte de sons para confundir e aterrorizar os deambulantes que vão dar ao mangue onde habita.