sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Vaqueiro Misterioso

Ou Cavaleiro Misterioso - onde houver rodeio, vaquejada, apanha de gado novo, ferra ou batida para campear ele aparece, sempre mal vestido, de montaria velha, fraca e pequena, com aparência cansada. Alvo da zombaria dos demais campeadores e vaqueiros, contudo, é ele quem se destaca e ganha todas as provas, sendo o mais ágil, o mais forte e o mais habilidoso. Recusa as honrarias e prêmios, e desaparece sem deixar rastro. Ninguém o conhece ou sabe seu nome, nem de onde veio ou para onde foi.


quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Andurá

A árvore sagrada que se incendeia à noite, e cujo calor tem efeitos curativos. Suas labaredas não destroem e a árvore queima sem cessar. Foi presente de Jaci, a deusa Lua.


terça-feira, 25 de setembro de 2018

Chibamba

Pródigo em bichos-papões, o folclore nacional apresenta mais este exemplar, assombração própria do sul do estado de Minas Gerais. De origem africana, sua representação está diretamente relacionada as danças ritualísticas tribais, pois aparece para as crianças como uma espécie de espectro, rodopiando e dançando com suas folhas de bananeira e chocalhos, além de emitir roncos semelhantes aos de porcos.


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Anhangá

Uma lenda mais que possui versões e interpretações. Seriam demônios, originalmente, capazes de mudar de forma para enganar as pessoas, sequestrá-las e devorá-las. Noutra versão, seria um espírito protetor dos animais, inimigo dos homens portanto, que assume a forma destes, costumeiramente o veado, devorando caçadores. Para os jesuítas, o Anhangá assume a forma do Diabo cristão, um engenho conveniente para catequizar aos índios.


sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Boi Vaquim

Eis um exemplar do folclore nacional vindo do sul; animal extremamente selvagem, praticamente impossível de ser montado ou domesticado. Conta-se que seus olhos são de diamante e seus chifres são de ouro.


quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Onça Maneta

Predadores de várias espécies que, vez por outra, tomam gosto pela carne humana, já foram documentados. A Onça Maneta parecer ser um dentre estes, tendo surgido sua lenda nos tempos dos Bandeirantes. Afirma-se que teria sobrevivido sem uma das patas dianteiras a um ataque de caçadores. A partir de então, tornou-se imensamente feroz, forte e audaz, atacando e matando rebanhos inteiros; conta-se ser fatal encontrá-la, não importa o quão bem armado se esteja o incauto caçador.


terça-feira, 18 de setembro de 2018

Negrinho do Pastoreio

Triste história do folclore nacional, conta-se que um menino negrinho, escravo, fora incumbido por seu sinhozinho a tratar de uns cavalos, entre eles o Baio, seu preferido. Este acaba fugindo do negrinho que faz de tudo para encontrá-lo, sem sucesso. O sinhozinho manda castigá-lo e o põe novamente em busca do cavalo; mas, depois de algum tempo, o negrinho retorna sem o garanhão. Enfurecido, o sinhozinho manda chibatar o menino e depois o joga sobre um formigueiro para que morra. No dia seguinte, indo a campo, o sinhozinho encontra o negrinho sem nenhum ferimento, montado sobre o cavalo Baio, e tendo sua madrinha a seu lado, Nossa Senhora Aparecida. Alforriado pela santa, o menino parte a galope pelo mundo. Desde então, nas paragens do sul do país, dizem ver ao longe, quase no horizonte, um negrinho montando um cavalo, pastoreando outros tantos.


segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Cramunhão de Garrafa

Ou Diadinho na Garrafa, ou Famaliá, ou Capetinha na Garrafa; figura do folclore brasileiro trazida pelos portugueses, guarda semelhança com a lenda do gênio da lâmpada realizador de desejos do extremo oriente. São Cipriano, em seu grimório, ensina a obter e engarrafar um diabinho. Na novela Renascer, José Inocêncio (Antonio Fagundes) ensina Tião Galinha (Osmar Prado) a conseguir seu próprio Cramunhão de Garrafa. Bastava conseguir uma galinha preta e virgem, que numa Sexta-feria Santa deve botar um ovo sobre sua mão; a galinha deve ser degolada e seu sangue espalhado pela casa. Seus restos devem ser enterrados, sem ser consumidos por bicho algum. O ovo, que não deve jamais tocar a terra, precisa ser chocado na axila por 21 dias e 21 noites. Como o Diabo não dá nada de graça, um membro da família de Tião deveria morrer. Quando o diabinho saísse do ovo, deveria ser posto na garrafa, em cuja rolha uma cruz era traçada a faca. Versa-se que o cramunhão sai do ovo como uma gosma negra que no fundo da garrafa se solidifica na forma de um capetinha hediondo. Para alimentá-lo basta algumas gotas de sangue, ou a luz de uma vela em algumas versões. A partir de então, obtido o coisa-ruim, sorte e riqueza contemplariam seu possuidor. Mas, claro, ao fim, sua alma vai para o inferno.


sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Unhudo

Ou Unhudo da Pedra Branca, referente a formação rochosa que se localiza na divisa dos municípios de Dois Córregos e Mineiros do Tietê, no interior de São Paulo. Afirma-se que esta assombração, uma espécie de zumbi de unhas proeminentes, vive no local protegendo as árvores frutíferas que por lá proliferam. Ataca os invasores com tapas fortíssimos.


quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Mão de Cabelo

Conhecido em Minas Gerais, o Mão de Cabelo é um espectro disciplinador, assim como o Bicho Papão e outros semelhantes. Ele costuma visitar as crianças à noite para verificar se urinaram na cama. Representado como um fantasma com mãos cabeludas, a criatura se encarregaria de decepar os genitais das crianças (e não apenas os meninos) que habitualmente molham suas camas.


terça-feira, 11 de setembro de 2018

Juma

Além do nome de uma tribo indígena que praticava o canibalismo, o Juma, ou o Gigante Juma, é esta criatura primata de grande porte que, a exemplo do Mapinguary, habita a região amazônica e é o flagelo dos povos indígenas, a quem devora.


segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Cumacanga

Ou Curacanga; uma mulher cujo sétimo filho for do sexo feminino, verá esta pobre criatura tornar-se uma Cumacanga, ou seja, toda noite após a primeira menstruação da moça, sua cabeça lhe sai do corpo e corre os campos em chamas, ou sob a forma de uma bola de fogo. Para evitar-se o fadário, caberá a primogênita ser a madrinha da sétima irmã.


quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Pé de Garrafa

Ora confundido com o Bicho Homem, esse exemplar ciclópico do folclore nacional é um exímio saltador, deixando um inconfundível rastro de pegadas no formato de um fundo de garrafa. Sua aparência não é consenso, mas parece ser traço comum apenas um olho, apenas uma perna, e ao final desta, um pé em formato de garrafa. Conta-se que persegue pessoas com o fim de lhes aprisionar a alma no interior de seu pé. Seu único ponto fraco é o umbigo.


quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Cupendiepes

Entre os índios Apinajés conta-se uma lenda acerca de uma tribo de índios com asas de morcego, que habitavam uma caverna próxima ao rio Araguaia; esta caverna se localizaria próxima a uma formação rochosa, chamada Rocha do Morcego. Lá, alguns índios teriam sido mortos por atacantes que não deixaram rastro. Certa feita um menino testemunhou o que se passara e revelou a sua tribo a existência dos homens morcego. Os Apinajés, então, buscaram atacar a caverna com fogo, o que causou a debandada dos índios alados, que teriam voado para o sul, jamais sendo vistos novamente.


terça-feira, 4 de setembro de 2018

Jurupari

Aqui há uma personagem dividida entre duas versões de sua lenda, tão díspares que é de desconfiar de a segunda não foi uma invenção cristã. Jurupari, na primeira versão da lenda seria uma espécie de Cristo indígena, tendo nascido de Ceuci, uma virgem; ele é chamado de Legislador por haver causado uma revolução nas leis e costumes dos índios. Quando os jesuítas chegaram, seu culto era forte em território nacional - aí surge a segunda versão da lenda (não se sabe se criada por estes ou pré-existente a chegada dos europeus), onde Jurupari seria uma espécie de Diabo, ou mesmo a encarnação do próprio Mal. Não é preciso concluir que os sacerdotes católicos preferiram a segunda e buscaram popularizá-la, afinal, um Cristo indígena não lhes cabia a visão de mundo.


Boca de Ouro

Pobre do cidadão recifense que, saindo da balada pelas tantas da madrugada, se não é violentamente espancado pela Perna Cabeluda, acaba admoestado pelo Boca de Ouro. Parece um cidadão comum, elegantemente trajado com seu terno branco e chapéu Panamá, que interpela o passante acerca da posse de fogo para o seu cigarro. A luz pouca de tais horas, demora para o pobre diabo ver-se diante de um sujeito de crânio descarnado de dentes dourados, que o perseguirá em busca de um isqueiro ou fósforo. É uma assombração bastante popular no nordeste do Brasil, e não apenas em Recife.