Ou Cobra Honorato. Certa feita, o Boiuna engravidou uma índia, que deu a luz duas cobrinhas gêmeas. Foi buscar o conselho do pajé da tribo, que disse a ela para jogar as cobras no rio Tocantins. A cobra macho as gentes chamaram de Honorato, ou Norato, e era, apesar da aparência e tamanho, uma criatura bondosa e mansa; sua irmã, chamada Maria Caninana, todavia, era malévola, violenta a perigosa. Norato costumava visitar sua mãe - para isso, abandonava sua pele de cobra na margem do rio, tornando-se um jovem e belo rapaz. Caninana, jamais fora ver a mãe e sua maldade era tão grande que Honorato viu-se na condição de único ser capaz de detê-la; após um violento embate nas águas do rio, Maria Caninana sucumbiu. Desde então Norato passou a pedir que a pele de cobra que deixava nas margens do rio, tivesse uma ferida aberta e três gotas de leite derramado em sua boca, para abandonar em definitivo sua dupla natureza. Contudo, ninguém se atrevia a fazê-lo por medo, até que um militar amigo de Norato cumpriu-lhe o desejo. Diz-se que, livre de seu encanto, Norato viveu muitos anos em paz no Pará.
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