Ou Diadinho na Garrafa, ou Famaliá, ou Capetinha na Garrafa; figura do folclore brasileiro trazida pelos portugueses, guarda semelhança com a lenda do gênio da lâmpada realizador de desejos do extremo oriente. São Cipriano, em seu grimório, ensina a obter e engarrafar um diabinho. Na novela Renascer, José Inocêncio (Antonio Fagundes) ensina Tião Galinha (Osmar Prado) a conseguir seu próprio Cramunhão de Garrafa. Bastava conseguir uma galinha preta e virgem, que numa Sexta-feria Santa deve botar um ovo sobre sua mão; a galinha deve ser degolada e seu sangue espalhado pela casa. Seus restos devem ser enterrados, sem ser consumidos por bicho algum. O ovo, que não deve jamais tocar a terra, precisa ser chocado na axila por 21 dias e 21 noites. Como o Diabo não dá nada de graça, um membro da família de Tião deveria morrer. Quando o diabinho saísse do ovo, deveria ser posto na garrafa, em cuja rolha uma cruz era traçada a faca. Versa-se que o cramunhão sai do ovo como uma gosma negra que no fundo da garrafa se solidifica na forma de um capetinha hediondo. Para alimentá-lo basta algumas gotas de sangue, ou a luz de uma vela em algumas versões. A partir de então, obtido o coisa-ruim, sorte e riqueza contemplariam seu possuidor. Mas, claro, ao fim, sua alma vai para o inferno.
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